segunda-feira, 30 de maio de 2016

Bancos: cara de pau e ganância

Armínio Fraga: ideólogo das disparidades sociais
O que é que mudou? A resposta é simples: mudou o conjunto de expectativas que as medidas econômicas anunciadas pelo interino Michel Temer despertou entre os bancos - segmento que se sente muito bem representado pelo presidente do Itaú-Unibanco. Basta observar em cima de qual desempenho de ganhos o capital financeiro projeta suas práticas. Para que se tenha uma ideia, a instituição que Setúbal preside, há exatamente um ano atrás, apresentou o maior lucro mundial de toda a história do sistema financeiro internacional medido apenas o primeiro trimestre de seu desempenho: R$ 5,7 bilhões (leia aqui)

O Itaú-Unibanco, no entanto, não foi uma exceção: resultados semelhantes, sempre em percentuais de  crescimento bem acima das taxas de inflação dos períodos analisados, foram obtidos também pelo Bradesco e pelo Santander num processo histórico de transferência de renda para mãos privadas que não encontra paralelo em lugar nenhum do mundo e em nenhuma época. Não é preciso ser especialista em coisa alguma para perceber que esse fato é, em sua essência, o principal elemento desestabilizador da economia brasileira dada a sua natureza parasitária e conspícua, isto é, voltada para o âmbito da especulação financeira, um setor privilegiado pelas isenções fiscais e inflado sistematicamente pelo serviço de pagamento dos déficits públicos. Duvido que Setúbal seja favorável a qualquer tipo de reforma ou de pacote econômico que mexa com essa estrutura, com seria preciso ser feito para que a estrutura da distribuição da riqueza se alterasse (leia aqui).

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